Bem vindos ao Blog Psicologia aos 50. Uma homenagem aos 50 anos da Psicologia no Brasil, à minha amada mãe e, porque não, à realização dos nossos sonhos!

Meu único Ídolo


Conversa com o Presidente.
O Presidente da Estácio, Rogério Melzi, estava fazendo uma palestra no nosso Campus. Auditório cheio.
Foi uma palestra muito boa, onde ele falou sobre responsabilidade, foco, paixão, paciência, disciplina, honra, fé e ética...
Uma palestra onde o Presidente utilizou-se de vídeos curtos e altamente pertinentes que apoiaram sua fala.
Estava achando tudo interessantíssimo, quando lá pelos 45 minutos de palestra ele disse que ia passar um último vídeo... Com uns 10 ou 20 segundos de vídeo, eu comecei a chorar, meio sem entender por que... 
Vocês imaginam só o que eu pensei:
- “Ai meu Deus! Outro mico eu não aguento!” - e tentei ficar bem quietinha, evitando até me mexer, pra não chamar muita atenção.
E não é que o homem me encara! Eu, toda sem jeito, encolhi os ombros e mexi com os lábios - “tô chorando...” e sorri...
Pra quê?! Ele olhou e perguntou:
- Você era uma grande fã de automobilismo? - e me passou o microfone.
Gelei. E eu nem estava na primeira fila nem nada! Tava lá pela terceira ou quarta, sentada junto do pessoal da psicologia...
- Não, só do Senna - respondi.
- De automobilismo, mais ou menos, né? Mas acordava cedo aos domingos...
- Só pro Senna - tornei a responder (retardada!).
- Por que você acordava tão cedo, para ver o Senna?
- “Caraca! E agora, o que eu falo?” (foi “o balão” como diria a minha querida professora de DH III).
E disse:
 - O Senna pra mim representava a vontade de vencer. A motivação pra vida! Ele tinha aquela vontade de “viver” de “ser”!
- Intenso, né? - ele completou.
- Intenso - concordei...
Melzi continou a palestra, falando sobre atitude e reputação...
A colega do lado falou:
- Meu pai nunca mais viu Corrida depois que o Airton morreu.
- Eu também - continuava meio engasgada, com a garganta apertada (agora por dois motivos...rs).
A verdade é que comecei a ver corridas de fórmula 1 depois de ver no Jornal Nacional, numa noite de 1984, um jovem brasileiro de 23 anos que estava fazendo os testes para entrar na McLaren (ou Williams, sei lá!). Ele me impressionou com o jeito calmo de falar, com o olhar firme e honesto, com aquela vontade de vencer, de atingir o seu objetivo, mas sem passar arrogância, sem ser pretensioso ou esnobe. Tudo isso ele me transmitiu em meia dúzia de palavras, numa reportagem rápida no jornal das oito da noite... E tudo isso ele me confirmou nos 10 anos seguintes, corrida após corrida, entrevista após entrevista, em todas as suas atitudes...
Quando aquele carro bateu em maio de 1994 eu estava em frente à TV, assistindo ao Senna, como sempre... E pensei:
- “Ele morreu...” - e comecei a chorar na hora, do mesmo jeito que estou chorando agora, ao lembrar.  
Foi como se tivesse morrido alguém da família.  Eu amava aquele cara...
- Ele era gente, como a gente - me disse um grande amigo meu, quando eu contei a ele o que havia ocorrido durante a palestra - fazia a gente sentir orgulho de ser brasileiro como ele.
É verdade, mas não é só isso... Ele era humano. Vendo o Senna correr, falar, ser, eu tinha a sensação de podia ter fé na humanidade, de que as coisas podiam ser melhores, se as pessoas fossem mais como ele, se espelhassem nele. 
Inclusive eu mesma...


"Deus criou um autódromo no Céu. Simplesmente escolheu o melhor - Ayrton Senna..."
(autor desconhecido)


Um comentário:

  1. Aquele dia foi cruel, eu tbm estava vendo a corrida, e acreditei que ele ia dar um jeito, que ia viver... Infelizmente não foi assim...

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