Bem vindos ao Blog Psicologia aos 50. Uma homenagem aos 50 anos da Psicologia no Brasil, à minha amada mãe e, porque não, à realização dos nossos sonhos!

“Conversatória”

No curso de psicologia uma das primeiras coisas que é falada, por praticamente todos os professores, é que precisamos aprender a escutar. Pelo menos uns três já indicaram o texto do Rubem Alves: “Curso de escutatória” (http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=492), que fala sobre a arte de calar sua voz interna para conseguir ouvir o outro... Lindo texto. Linda ideia.
Creio que este seja um dos principais aprendizados que levaremos desta graduação.
Por enquanto o que estamos fazendo é um trabalho intenso de “conversatória”... rs. Já é um começo, não é mesmo? Melhor do que só falar, é tentar ouvir, para tentar manter uma conversa minimamente inteligente e produtiva.
Acho que foi Platão quem disse: “Pessoas inteligentes falam sobre ideias; Pessoas comuns falam sobre coisas; Pessoas medíocres falam sobre pessoas” (caso não tenha sido, por favor, me informem). E a gente tenta... Muuuiiittoooo.... (eu juro), falar sobre ideias. Afinal ninguém quer ser tachado de medíocre, não é mesmo? rsrs.
Mas às vezes falamos, também, de nossos problemas, de nossas angústias e medos. De momentos de nossas vidas passados, presentes ou pretensamente futuros, que queremos compartilhar apenas com aquelas pessoas que, sabemos, irão nos ouvir com ouvidos de amigo... Não significa, exatamente, que terão aquela sensibilidade do Rubem Alves... Talvez falem junto com a gente, interrompam, deem opinião, discordem da gente descaradamente ou surjam do nada com uma ideia que nos ajude a encontrar o caminho das pedras... Conversa. Tipo conversa de botequim, ou de estacionamento, sei lá.
Outro dia eu e minha amiga estávamos precisando de uma conversa dessas e nos sentamos numa mureta do estacionamento. Aí começou a chover e eu abri o guarda-chuva...
- Quem olhar vai pensar que nós somos duas malucas. – minha amiga falou.
- Tem problema, não: Todo mundo sabe que a gente faz psicologia – falei.
Rimos. E continuamos conversando por quase uma hora, sem ligar para a chuva, para o que os outros poderiam falar ou pensar.
O bom é que, para a conversatória, não precisamos de um lugar especial e nem de curso: só de um pouco de tempo, um pouco de sensibilidade, empatia e um amigo.

Um comentário:

  1. Amiga,
    Existem pedacinhos de bons momentos que se eternizam e nos acompanham uma vida inteira... Obrigada por tudo. Pela atenção compartilhada, pelo companheirismo e também pelos curto-circuitos que acontecem "as vezes"... rsrsrs bjs ;)

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